segunda-feira, 11 de outubro de 2010

As princesas do terror

Os contos da Disney são sempre cheios de magia e finais felizes, mas nos primórdios os ditos contos de fadas eram formas assustadoras de passar lições de moral, eles eram contados como historias nas rodas de amigos e passados de geração em geração. Eu pessoalmente prefiro os contos de terror ás historias de fadas então tirei um tempinho para procurar antigas versões desses contos que não poupavam carnificina e maldade.


Cinderela - Essa historia tão conhecida tem muitas versões em muitas culturas diferentes, uma das primeiras versões data de um período antes de Cristo e a versão mais conhecida é a de Charles Perrault adotada e modificada pela Disney, mas também existe uma dos irmãos Grimm é um pouco mais sangrenta:

Diz a lenda que há muito tempo atrás a moça mais bondosa da face da terra faleceu deixando sua jovem filha aos cuidados do velho pai, a bondosa senhora foi enterrada e a jovem menina todos os dias ia rezar no tumulo da mãe, no fim do inverno seu pai se casou de novo com uma senhora maldosa que levou consigo duas filhas de igual maldade, as meninas e madrasta eram muito más com a jovem órfã de mãe e seu pai fingia não ver tais abusos, logo a menina por viver suja com os trabalhos que lhe incumbiam as malvadas foi apelidada de Cinderela.


Cinderela realizava todos os trabalhos da casa sem se queixar, dormia ao lado do velho fogão, vestia roupas sujas e antigas e mesmo assim era mais bela e bondosa do que suas irmãs. Certa vez o homem foi à cidade e perguntou as filhas o que elas queriam que ele trouxesse a mais velha pediu vestidos e sapatos, a do meio exigiu jóias e brilhantes e Cinderela pediu apenas um ramo que prendesse nas vestes do pai na volta pra casa, quando voltou o homem distribuiu os presentes, Cinderela pegou seu pequeno raminho, agradeceu ao pai e correu para plantá-lo no tumulo da mãe. O ramo foi plantado e depois regado pelas lagrimas de Cinderela que se queixava ao ramo sua triste vida, eis que a pequena planta transformou-se em uma grande arvore que serviu de abrigo para duas pombas que sempre atendiam aos desejos da jovem Cinderela.

Certa vez o príncipe ofereceu três noites de Baile para procurar por uma esposa, as irmãs de Cinderela ficaram eufóricas e se vestiram com as mais belas roupas e fizeram que Cinderela penteasse seus cabelos a jovem implorou para a madrasta que a deixasse ir, mas a resposta era sempre "não". Depois de estar sozinha em casa Cinderela foi até o tumulo da mãe e pediu belas roupas para ir ao baile, então as pombinhas lhe trouxeram um belo vestido e sapatos que combinavam. Cinderela vestiu-se e foi para o baile, lá era a mais bela princesa e o príncipe não tinha olhos para outra mulher, entretanto quando se badalava a meia noite Cinderela fugia apressada e voltava a enrolar-se no canto do fogão, esse episódio repetiu-se nos outros dois dias de baile, porem no terceiro dia Cinderela deixou para trás seu pequeno sapatinho de cristal.

No raiar do dia o príncipe anunciou que se casaria com a dona do tal sapatinho e foi à casa de varias moças não encontrando em nenhuma delas sua bela noiva. Quando chegou a casa de Cinderela a irmã mais velha logo se insinuou para experimentar o sapato e vendo que ele não caberia cortou fora seu dedo do pé forçando-o para dentro do sapato e disfarçando a dor o jovem príncipe enganado levou sua noiva, mas ao passar pela arvore as rolinhas o alertaram do sangue que escorria do sapato, ele voltou e fez com que a outra irmã experimentasse o sapato, ela ao perceber que ele não caberia cortou fora seu calcanhar e disfarçou a cara de dor, enquanto era levada para o palácio o príncipe mais uma vez foi alertado pelas pombas sobre o sangue no sapato e voltou fazendo com que Cinderela experimentasse o sapatinho que lhe serviu perfeitamente.

O casamento entre o príncipe e Cinderela seria realizado no castelo e as maldosas irmãs tomaram seu lugar ao lado da jovem noiva, as pombas para castigá-las voaram diretamente para ela e arrancaram seus olhos a bicadas, o castigo das malvadas irmãs foi passar o resto da vida segas e mancas.




Chapeuzinho Vermelho - A versão popular é a contada pelos irmãos Grimm que conta a historia da doce menininha que no fim é salva pelo lenhador, mas uma de suas versões mais antigas trás a tona cenas de canibalismo, sensualidade e o lenhador não aparece pra salvar a pobre menininha:

Em uma pequena vila morava uma doce menina chamada Chapeuzinho vermelho, certa vez sua avó caiu muito doente e a mãe da menina mandou que ela levasse para a avozinha uma cesta com pão e vinho. A menina pegou a cesta e partiu para a casa da avó, no caminho encontrou com um grande lobo que a perguntou para onde ia tão saltitante, a menina respondeu que levaria gostosuras para sua avó doente o lobo agradecido pela informação correu para a casa da velhinha.

Chegando à casa da pobre avozinha o lobo devorou-a sem piedade, deixou os pedaços de pele que sobraram em um prato e um pouco do sangue em um copo, depois vestiu-se com as roupas e touca da velha e ajeitou-se na cama para esperar a ingênua chapeuzinho.


Quando a menina chegou o lobo, fingindo-se de vovó, mandou que ela entra-se e comesse. A menina obedeceu prontamente. Depois o lobo mandou que a menina se despisse e deita-se a seu lado para dormir, a menina questionou o lobo sobre o que fazer com as roupas e este mandou que ela as atirasse na lareira, a menina obedeceu e deitou-se ao lado do lobo. Quando sentiu os pelos do lobo em seu corpo começou o dialogo.

-Vovó, por que esses pelos tão grandes?

-São para te esquentar minha filha.

-Vovó, porque essas mãos tão grandes?

-São para te acariciar, meu amor.

-Vovó, por que essa boca tão grande?

-É para te comer!

Dito isso o lobo pula em cima da menina e a devora em uma única bocada.


Existem muitos outros contos de fadas e suas versões sinistras, mas se eu continuar a escrevê-las o post vai ficar muito grande, então talvez eu faça outro post dedicado a essas "historinhas pra dormir". 


"O que você faria se seus sonhos infantis se transformassem em terríveis pesadelos?"

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