sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Uma viagem ao inferno - Introdução

Sentimentos? São descartaveis. Dores? São toleráveis. Amores? Nunca os terei.

Em um tolo pré conceito de céu e inferno me tornei o que sou, não temo a Deus, não temo a Lúcifer, não rezo por minha alma, nem pela redensão dos pecados. O que posso eu fazer já que esse é o mundo que conheci? Hipócrita, cego e decadente, assemelha-se mais a um pedaço do inferno do que ao paraíso que alguns juram que fora outrora.



Meu nome não é conveniente, sou apenas um ser dentre muitos outros, uma alma livre. Meus olhos embora jovens conseguem enxergar muito alem do que os dos ditos adultos, vejo o sangue, o desespero e fome em cada esquina. O inferno não deve ser muito diferente desse mundo, as pessoas são demônios e se os anjos um dia cuidavam de nós, provavelmente já se esqueceram dessas pobres criaturas com quem Deus cansou-se de jogar.



A chuva que cai do céu, lava a mancha de sangue na calçada, será que ela lava também os pecados? Pessoas e animais, ambos imundos correm para se abrigar, apenas uma tola para no meio da rua estreita olhando para o céu, meus olhos verdes encaram as nuvens, meu casaco voa conforme o vento aumenta, há apenas um desejo.

Que esse seja o fim. Apenas seja o fim.


Ele apareceu do nada, seus olhos como laminas em brasa e tudo se apagou. Meu desejo fora ouvido?
"Na luta entre o céu e o inferno o lado vencedor é o que se contenta em não perder a vida."

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