terça-feira, 9 de novembro de 2010

Uma viagem ao inferno - Parte 3

Crianças tolas aqueles que acreditam no futuro desse mundo esquecido por Deus. Para continuar a respirar é necessário viver os raros momentos de felicidade como se fossem os últimos, pois talvez sejam.



Lilith me contou sobre meu espírito e a força dele, eu estava treinando a dois dias e já era capaz de libertá-lo e ocultá-lo, mas ainda não conseguia dominar os poderes, aprendi muito sobre Loki e Marduk tambem. Descobri por exemplo que Marduk havia sido venerado na antiga babilônia, um dos demônios mais temidos e Loki, com seu jeito as vezes infantil tinha adestrado os cães do inferno pessoalmente e treinado centenas de outros capetas.



Já era bem tarde e eu ainda estava treinando, Marduk me observava das sombras como sempre, ele não me dirigia palavra a não ser para comentar minha falta de poder e isso me irritava profundamente.



-Você poderia ajudar! –Disse virando pra ele.



-Por que deveria? Criaturas como você não evoluem mais do que isso, não por ser humana, mas por ser fraca, não importa se tem ou não a alma de Eva, para chegar ao inferno a única solução é matar você. –Disse ele dando de ombros. Corri até ele concentrando poder na minha mão, fui o mais rápido que pude, mas ele segurou meu pulso e desfez o poder como se fosse nada, eu estava ofegante encarando seus olhos vermelhos, nossos corpos muito próximos, mesmo ele continuando sentado em cima daqueles caixotes com pouca iluminação. Involuntariamente senti meu corpo amolecer e me aproximei mais dele, nosso lábios quase se tocando, fechei meus olhos lentamente, mas ele não se mexeu nem um centímetro da posição em que estava, sentado de um jeito desconfortável sobre os caixotes e segurando meu pulso no ar. Beijei-o. Não. Apenas toquei seus lábios com os meus.



-O que pensa que está fazendo? –Perguntou ele me trazendo de volta, ele já tinha abaixado meu braço, mas continuava segurando-o, tirei meu pulso de seus dedos com força, nem eu sabia o que estava fazendo. Olhei para seus olhos com raiva esperando encarar o fogo vermelho, mas o que vi foram duas poças azuis tão cristalinas quanto as águas de uma cachoeira, a surpresa me deixou sem fala.



-Seus olhos...



-O que tem? –Perguntou ele pulando de cima dos caixotes.



-Estão azuis.



-Não diga. Novidade pra você, meus olhos são azuis só os mantenho vermelhos para me manter preparado pra briga, só não posso ficar assim pra sempre. –Disse ele passando por mim. –Vai ou não querer minha ajuda. –Disse já do centro da sala. Fui até lá.



-Então decidiu ajudar.



-Se você não estiver pronta logo Lilith vai ficar insuportável. Concentre-se em seu espírito, invoque a força dele, domine-o e não deixe que ocorra o contrario, esteja no poder. Posicione-se. Assim. –Ele tocou minha cintura virando levemente meu corpo, afastou minhas pernas e posicionou os braços. –Agora concentre-se no poder. Isso. Quero que se concentre em um ponto na parede e não pare de emanar poder, corra com toda força e acerte o ponto em que mirou. Vai. –Fiz o que ele mandou, mas só consegui uma pequena rachadura e uma dor imensa na minha mão, comecei a gritar e pular segurando-a, isso o fez rir.



-De que está rindo ai?! –Disse indo pra cima dele, desta vez ele não drenou meus poderes, apenas esquivou e continuou a me provocar, minha raiva foi crescendo e o poder que emanava de mim tornou-se vermelho e não mais branco, então consegui acerta-lhe um soco no rosto que o mandou direto pra parede.-Quem é o vencedor agora? –Sorri vitoriosa.

-Eu sou. –Disse ele atrás de mim, não tive tempo nem de virar, ele me acertou nas costas enviando-me para a parede e antes que eu pudesse cair no chão ele já estava pressionando minhas costas nessa mesma parede, meus braços presos acima da cabeça por uma de suas mãos enquanto a outra segurava meu queixo. Seus olhos tinham voltado ao vermelho. –Eu. Nunca. Perco. –Disse ele entre dentes. –Não teste minha paciência pequena Eva. –Tentei desviar dos olhos raivosos dele, mas ele manteve meu queixo seguro para que o encara-se.



-Me solta! Marduk, está me machucando!



-Deixe-a, Marduk. Ficou todo estressadinho só porque a garota te acertou um soco. Relaxa. –Disse Loki encostado em uma outra parede a luz brincava em seu rosto fazendo um jogo de luz e sombras. Marduk me soltou virando de costas e andando pra longe.



-Aprenda a controlar seus poderes sozinha. –Disse.



-Vá pro inferno! –Gritei pra ele.



-É o que pretendo. –Respondeu desaparecendo.



I hate everything about you. Why do I love you? [three days grace]

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