sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Uma viagem ao inferno - Parte 1

Doce anjo, pintado em negro e dourado, ouça meus suspiros nesta noite tão fria, seja meu guia nesta escura madrugada, acalente meu coração nesta estrada solitária.




Face máscula e angelical, cabelos negros liso-despenteados, olhos de um denso cinza, músculos definidos escondidos pela camisa de seda preta um pouco aberta, calças jeans escura que lhe caiam perfeitamente bem e botas, seu rosto mesmo parcialmente encoberto pela luz não perdia o brilho divino, ele era um Deus sentado em seu trono, meio tombado de lado falando a alguém. Foi quando ele me viu, um sorriso um tanto sínico apareceu no canto de seus lábios antes da porta que nos separava se fechar.



Quando acordei não tinha certeza de quanto tempo havia se passado e nem do que havia acontecido. Sentei-me e olhei em volta. Lá fora a chuva continuava forte e perto de onde eu estava havia uma goteira fazendo um barulho ritmado.



-Enfim acordou. –Disse alguém aproximando-se pelas minhas costas. Levantei-me depressa e quase cai, quando foi segurada por outro.



-Foi um golpe bem forte, vá com calma. –Disse o homem que me segurou. Cabelos castanhos, um olho azul escuro e outro onix, uma tatuagem de algo parecido com uma fênix preta lhe cobria o olho azul e parte da face branca.



-Onde estou? –Perguntei endireitando-me. –O que aconteceu? –Queria fazer muitas outras perguntas, mas fui interrompida.



-Com certeza tem muitas perguntas, mas por enquanto cale-se e escute. –Vermelho. Cabelos vermelhos, olhos vermelhos, um dragão vermelho cuspia fogo em seu braço, blusa, calças e sapatos pretos. Simples, porem sexy. –Oráculo disse que você seria nossa guia, então guie-nos.



-Como é? Acho que me confundiu com alguém. Não sei nem onde estou como posso guiar vocês?! E eu não conheço vocês e nem esse Oráculo! –Respondi ríspida.



-Eu devia imaginar. É apenas uma humana que não serve pra nada. –Disse ele no mesmo tom.



-Mas, Marduk, a Oráculo nunca erra. –Reclamou o homem com a fênix no rosto.



-Sempre há uma primeira vez, Loki. –Respondeu o tal Marduk me olhando de cima. –Olhe bem pra ela. Acha que essa coisinha humana pode nos guiar até Ele?! -Loki me olhou de perto, como se estudasse cada parte de meu corpo.



-Hey! Quem você pensa que é?! Quero respostas e quero agora! –Disse indo até ele pronta para acerta-lhe com um tapa, mas surpreendentemente ele ficou as minhas costas segurando meu braço no ar.



-Eu sou o demônio Marduk, antigo rei da Babilônia, e você é um simples inseto que cruzou meu caminho. –Disse ele ao meu ouvido apertando meu pulso tão forte que fez com que me contorce-se de dor.



-Solte-a! A Oráculo não erra! Nunca! Se ela disse que uma humana medíocre nos levará até Lúcifer é porque uma humana medíocre nos levará até Lúcifer. –Disse uma mulher entrando no recinto. Seus cabelos eram vermelhos e revoltos, olhos violeta penetrantes, pele de alabastro e vestido branco de fina seda esvoaçante, seus ombros e costas ficavam descobertos e as mangas longas eram presas por tiras de tecido que prendiam em seus pulsos, cotovelos e no caimento do ombro. Marduk me soltou assim que ela ordenou. A mulher parecia voar enquanto se movia em minha direção. –Sou Lilith, soberana dos demônios.

"Luxuria, orgulho, avareza, gula, preguiça, inveja, ira, vou fazê-lo pecar até me entregar sua alma por inteiro." [lilith]

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